sábado, 18 de maio de 2013

1ª Saga: O cancelamento de serviços( linha telefônica)


Exaustivamente tentei entrar em contato com uma atendente “pessoa” para fazer o cancelamento de uma linha telefônica, foram horas de espera, vários dias de tentativas vãs. Sempre “o tecle a opção desejada” e a minha opção desejada não existia então fale pausadamente o que deseja: “ Gostaria de cancelar a linha” Essa opção não é entendida e, quando finalmente uma “pessoa” me atende ela , maquinalmente, dá a mesma resposta para perguntas diferentes, ou seja, não existe a opção falar com alguém que seja pensante, que efetivamente queira te ajudar, ou pelo menos ouvir.
São treinados para responder a mesma coisa, mesmo com perguntas diferentes e somos encaminhados para uma loja com “seres humanos” para que possamos finalmente “cancelar” a linha . Ao chegar à loja, a atendente ao saber da minha necessidade, ou seja, que não era a de comprar e sim cancelar, me encaminhou para o terminal para.. adivinhem  “ atendente virtual”. Chega a ser um deboche, uma ironia, se vou à loja quero falar com alguém e para fazer no terminal on line, faria da minha casa.
O mais bizarro de tudo isso é que ao ser atendida disse que pretendia cancelar a linha telefônica de meu pai, uma vez que ele havia falecido, sou surpreendida pela seguinte informação: _ “infelizmente senhora somente o próprio pode fazer tal solicitação de cancelamento”. Respirei pausada e calmamente e disse: _ Você entendeu que ele faleceu?. A atendente então disse, com aquele sotaque irritante: “Então senhora, somente o próprio”.
Certamente é um deboche, uma ironia desmedida, uma falta de respeito, pois caso essa “pessoa” tivesse entendido o que solicitei teria, na pior das hipóteses, me pedido uma psicografia com a assinatura do meu pai, uma vez que presencialmente ele não pode mais fazê-lo.
Interessante é que essas linhas telefônicas podem ser facilmente adquiridas, em qualquer lugar, até mesmo em cima da ponte da estação ferroviária de Madureira, subúrbio do Rio, sem qualquer identificação ou exigências a serem cumpridas. Nas lojas das operadoras , caso queiramos adquirir uma linha, há toda a facilidade a nossa disposição.
Pelo telefone somos importunados a qualquer hora com “sorteios e vantagens” que essas operadoras oferecem e, inclusive, sabem TODA nossa vida, pois figuramos em listas chamadas “carteiras de clientes” e somos “vendidos” para todas elas. Já recebi telefonemas nas mais diversas ocasiões, pois são incansáveis na caça aos sorteados. No supermercado, no médico, na madrugada, na boate, na igreja, e mesmo que o telefone esteja desligado sou “bombardeada” por mensagens.
Tenho utilizado a técnica da simpatia zero para tentar minorar esse assédio que recebo, ou então, a entrevista às avessas do tipo: Com quem eu falo? Qual o seu nome completo? De que cidade você fala? Como conseguiu meu telefone? Qual é a sua matrícula na empresa? Há quanto tempo você trabalha nessa empresa?Você tem uma linha dessa empresa? Funciona bem em sua casa? E muitas outras eu os tenho vencido pelo cansaço, pelo menos fico satisfeita de tê-los perturbado um pouco.

Epidemia de Incompetência



Estamos vivendo uma grave epidemia de incompetência. Os sintomas mais freqüentes  têm sido: Irresponsabilidade, descaso, falta de respeito, ironia, deboche, agressividade/passividade, morosidade, enfim uma total falta de ação naquilo que podia e devia fazer.
            Fico impressionada como o empenho em não se empenhar, por vezes seria tão mais fácil agir, pois a inércia em determinados casos demanda até muito mais esforço do que a ação, porém parece um prazer mórbido em dificultar as coisas para o próximo.
            Sabemos que em todas as profissões encontraremos os bons e os maus, aqueles que se empenham e aqueles que não, aqueles que investem no sucesso e os que, inversamente, investem pesado no fracasso, porém tenho passado por situações surreais que somente se explicam por termos uma cultura de explícita impunidade.
            Tenho como certo que a vida é feita de escolhas, isso é fato, portanto se alguém escolhe determinada profissão, entende-se que goste dela , pois a escolheu e se gosta deve ter o empenho de fazê-la, desempenhá-la bem, não é? Não! Não tem sido assim. Vejo profissionais infelizes, frustrados e culpam e punem àqueles que precisam de seu desempenho profissional.
            No mundo globalizado as pessoas deveriam estar unidas, pois a velocidade das informações é maior a cada dia, as distâncias diminuem, os meios de comunicação apresentam um leque de opções, porém o que se vê são pessoas que não gostam de pessoas, são máquinas virtuais atendendo pessoas, enfim.. a população aumenta e a solidão também.
            Vou relatar algumas sagas por mim vividas, experienciadas, que de tão surreais parecem fictícias, porém acreditem...são REAIS.