Exaustivamente
tentei entrar em contato com uma atendente “pessoa” para fazer o cancelamento
de uma linha telefônica, foram horas de espera, vários dias de tentativas vãs.
Sempre “o tecle a opção desejada” e a minha opção desejada não existia então
fale pausadamente o que deseja: “ Gostaria
de cancelar a linha” Essa opção não é entendida e, quando finalmente uma
“pessoa” me atende ela , maquinalmente, dá a mesma resposta para perguntas
diferentes, ou seja, não existe a opção falar com alguém que seja pensante, que
efetivamente queira te ajudar, ou pelo menos ouvir.
São treinados para responder a mesma
coisa, mesmo com perguntas diferentes e somos encaminhados para uma loja com
“seres humanos” para que possamos finalmente “cancelar” a linha . Ao chegar à
loja, a atendente ao saber da minha necessidade, ou seja, que não era a de
comprar e sim cancelar, me encaminhou para o terminal para.. adivinhem “ atendente virtual”. Chega a ser um deboche,
uma ironia, se vou à loja quero falar com alguém e para fazer no terminal on
line, faria da minha casa.
O mais bizarro de tudo isso é que ao
ser atendida disse que pretendia cancelar a linha telefônica de meu pai, uma
vez que ele havia falecido, sou surpreendida pela seguinte informação: _ “infelizmente senhora somente o próprio pode
fazer tal solicitação de cancelamento”. Respirei pausada e calmamente e
disse: _ Você entendeu que ele faleceu?. A atendente então disse, com aquele
sotaque irritante: “Então senhora,
somente o próprio”.
Certamente é um deboche, uma ironia
desmedida, uma falta de respeito, pois caso essa “pessoa” tivesse entendido o
que solicitei teria, na pior das hipóteses, me pedido uma psicografia com a
assinatura do meu pai, uma vez que presencialmente ele não pode mais fazê-lo.
Interessante é que essas linhas
telefônicas podem ser facilmente adquiridas, em qualquer lugar, até mesmo em
cima da ponte da estação ferroviária de Madureira, subúrbio do Rio, sem
qualquer identificação ou exigências a serem cumpridas. Nas lojas das
operadoras , caso queiramos adquirir uma linha, há toda a facilidade a nossa
disposição.
Pelo telefone somos importunados a
qualquer hora com “sorteios e vantagens” que essas operadoras oferecem e,
inclusive, sabem TODA nossa vida, pois figuramos em listas chamadas “carteiras
de clientes” e somos “vendidos” para todas elas. Já recebi telefonemas nas mais
diversas ocasiões, pois são incansáveis na caça aos sorteados. No supermercado,
no médico, na madrugada, na boate, na igreja, e mesmo que o telefone esteja
desligado sou “bombardeada” por mensagens.
Tenho utilizado a técnica da simpatia
zero para tentar minorar esse assédio que recebo, ou então, a entrevista às
avessas do tipo: Com quem eu falo? Qual o
seu nome completo? De que cidade você fala? Como conseguiu meu telefone? Qual é
a sua matrícula na empresa? Há quanto tempo você trabalha nessa empresa?Você
tem uma linha dessa empresa? Funciona bem em sua casa? E muitas outras eu os
tenho vencido pelo cansaço, pelo menos fico satisfeita de tê-los perturbado um
pouco.