sábado, 23 de julho de 2011

Dragões!



Dragões ou dragos (do grego drákon, δράκων) são criaturas presentes na mitologia dos mais diversos povos e civilizações. São representados como animais de grandes dimensões, normalmente de aspecto reptiliano (semelhantes a imensos lagartos ou serpentes), muitas vezes com asas, plumas, poderes mágicos ou hálito de fogo. A palavra dragão é originária do termo grego drakôn, usado para definir grandes serpentes.


Aceitação da figura do dragão, principalmente pelos mais jovens,está relacionada com a busca da nobreza, magia, da força e do poder de transformação e imaginação, perseverança, lealdade, e da habilidade para transcender o usual. Para esses que querem vencer as adversidades,o Dragão lembrará a força de uma busca pessoal. E quem entre nós não persegue grandes feitos que revelem o melhor de nós mesmos?Esse é o espírito do dragão.


Mas... Há Dragões particulares, de estimação! Dragões com alma! Eu já tive um, ganhei! Um sonhado, criado com carinho, dedicação, domesticado e oferecido a mim!


Cuidei de sua essência, alimentei sua alma, protegi como se protege a um filho querido, esperado e nascido para nossa felicidade! Era mesmo uma pequena criança que tinha toda a vida pela frente para ser feliz, brincávamos, nos divertíamos e eu o amava e sentia que nos pertenceríamos para sempre, sei que sempre é palavra forte que indica terminalidade e num universo que está em constante mudança essa perenidade é perigosa e de êxito duvidoso, mas sentia que era muito forte nosso laço, nossa ligação!


Era uma presença forte mesmo nas suas ausências por conta de suas andanças e vôos, pois quando retornava de mundos que fora explorar me aquecia e eu cuidava , cuidava de seus ferimentos sem nunca perguntar como foram conseguidos, me importava somente seu retorno a caverna.


Descrevem-no como ser mitológico, dotado de extrema força , de mistérios acerca de sua existência, de personificação de algo ruim, mas..não o meu Dragão, o meu era dócil, de olhos assustados e de eterna confusão em reconhecer-se com tal, um eterno dilema em não saber onde era realmente o seu lugar.


O vi nascer, participei da sua concepção e nascimento, tal qual as mães que originam vida mas que não são detentoras , nem senhora delas!


Cada um vive seu luto por uma perda de diversas maneiras, quando a morte é física a essência fica, a saudade de bons momentos alimenta ,nos faz sorrir, mas..perdi a alma do meu Dragão. A certeza de que ele sempre voltaria se foi, a imagem dele se desintegrou e dessa vez não sei para onde ele foi e não tenho forças para buscar, não tenho momentos a lembrar, não tenho imagens para sorrir.


Sempre me disseram que Dragões não existem, que são lendas, que não há provas de sua existência física e quem sabe eu tenha realmente “imaginado” e ele tenha somente existido em meus devaneios? Crianças tem amiguinhos imaginários, talvez eu tenha tido , já na idade adulta, um Dragão imaginário .


Uma ficção nesse meu mundo particular, com língua minha e quem sabe o Dragão ,que inventei, fosse a minha força , o meu refúgio, o meu entendimento, o meu preparo para enfrentar os desafios da vida, aquele que entendia meus silêncios, minhas entrelinhas, minha energia, que ouvia meus gritos surdos.


Não sei bem como lidar com o desaparecimento de essência, de alma é como se agora sobrasse somente um desenho, inanimado. É apagar as cores e traços desenhados num papel, mas a marca indelével está lá, a marca do que um dia foi, teve cores e cor é vida , é movimento. Hoje somente a marca cinza.


Meu corpo ainda tenta se acostumar com o vazio do espaço que ele ocupava lá no coração, dá um desequilíbrio . É como uma mudança de país, a língua é outra , a cultura é outra ,é meio que ser estrangeiro em si.
Metáforas...
Perder o benefício da dúvida e deparar-se com a realidade concreta: “Dragões não existem”.


Para fechar com chave de ouro, Clarice Lispector: “ Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes, chorando."

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Minha Estrada!



Há épocas em que afloram determinados sentimentos e nos fazem repensar a vida, mudar o rumo, ajustar as velas, traçar novas rotas.

Costumo fazer meus inventários morais, analisar meu comportamento, ver como anda minha semeadura para ,quem sabe, prever como será minha colheita daqui a tempos. Vejo com mais clareza meus erros,meus enganos e surgem as decepções, que na verdade são somente expectativas que eu criei em relação a pessoas ou fatos, que não saíram como eu “planejei”.


Sei que os acontecimentos da minha vida são, na verdade, o somatório das minhas escolhas e que somente EU sou responsável por tudo que me aconteça, de bom e de ruim.


Tenho estado mais observadora do que de costume, prestes a embarcar no meu mundo interior para buscar refúgio e passar por lá algum tempo, ficar de expectadora de mim mesma, para tentar entender alguns acontecimentos.


Não tenho por hábito julgar as pessoas, muito ao contrário , como observadora que sou e por gostar muito de “gente” e todas as minúcias que rondam esse universo particular, sei que cada um sabe “onde lhe aperta o calo” , porém sou julgada implacavelmente, estranho isso, pois se semeio compreensão, aceitação, deveria eu colher na mesma medida, porém nem sempre o terreno que se semeia é fértil, pode ser estéril.


Não posso ser responsável pelas escolhas alheias, posso sim entristecer-me de ver tanta hipocrisia, tanta “dublagem”. Dublagem não como ato de traduzir para outros idiomas peças, textos, filmes, programas de TV e sim, ver que o que sai da boca não corresponde ao que os olhos e o que o corpo “dizem”.


É tão mais fácil ser verdadeiro, tão mais fácil dizer o que sente. Camuflar sentimentos demanda esforço, há que se ter boa memória , há que se controlar os olhos, a boca, o jeito de andar pois o corpo fala .


Creio que esteja carimbando o meu “passaporte” para o meu mundo seguro e silencioso. Precisando descansar de sorrisos enganadores, falsas alegrias, mediocridade, contra-mão de direitos, enfim de algumas mazelas tortas e necessitando recarregar as energias para voltar a semear , entendendo que muitas vezes o erro não vem da semeadura e sim do terreno.

A Elegância do Comportamento!




"Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.


É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.É uma elegância desobrigada.



É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.



É possível detectá-la em pessoas pontuais. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece,é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.Oferecer flores é sempre elegante.É elegante não ficar espaçoso demais.É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.



É elegante retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.



Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação,mas tentar imitá-la é improdutivo.A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que com amigo não tem que ter estas frescuras. Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.Tem muita gente precisando aprender.........



Texto Original de Toulouse Lautrec

sábado, 2 de julho de 2011

A Conferência





Convidado a fazer uma preleção sobre a crítica, o conferencista compareceu ante o auditório super lotado, sobraçando pequeno fardo.

Após cumprimentar os presentes, retirou os livros e a jarra d´água de sobre a mesa, deixando somente a toalha branca.

Em silêncio, acendeu a poderosa lâmpada, enfeitou a mesa com dezenas de pérolas que trouxera no embrulho e com várias dúzias de flores colhidas de corbelhas próximas.

Logo após, apanhou da sacola diversos “ biscuits” de inexprimível beleza, representando motivos edificantes, e enfileirou-os com graça.

Em seguida, situou na mesa um exemplar do Novo Testamento em capa dourada.

Depois, com o assombro de todos, colocou pequenina lagartixa num frasco de vidro.
Só então comandou a palavra perguntando:

__ Que vedes aqui, meus irmãos ?

E a assembléia respondeu : em vozes discordantes :

__ Um bicho !!
__ Um lagarto horrível !
__ Uma larva !
__ Um pequeno mostro !

Esgotados breves momentos de expectação, o pregador considerou:

__ Assim é o espírito da crítica destrutiva, meus amigos ! Não enxergastes o forro de seda lirial, nem as flores, nem as pérolas, nem as preciosidades, nem o Novo Testamento, nem a luz faiscante que acendi... Vistes apenas a diminuta lagartixa...
__ Nada mais tenho a dizer...


Outra dica: Se suas palavras não edificantes, brinde-nos com seu silêncio!








Crença Pessoal II



Sempre fico observando pessoas e suas vidas, a maneira como cada um escolhe para lidar com as perdas, com os obstáculos e até mesmo com as alegrias, como compartilham com outras pessoas seus momentos , sejam eles de alegrias ou tristezas.


Muitas vezes percebo situações análogas e reações tão diferentes, vejo sim que depende de como as pessoas se percebem nesse mundo. Algumas abençoam cada pequeno passo e outras reclamam do vagar com que as coisas acontecem.


Muitos livros de auto-ajuda estão no mercado, aliás é /foi e será uma grande sacada , pois trata da carência do ser humano, cada vez mais isolado mesmo num mundo onde a velocidade das informações é em tempo real.


Um desses livros que foi um sucesso estrondoso é “O Segredo” que desperta , ou faz emergir o poder incalculável que todos tem latente em si, promete a autora.


Vendo o programa do caldeirão do Huck , no quadro “Lar Doce Lar” do último sábado, 18 de junho , fomos surpreendidos por uma família composta por 3 mulheres: a mãe e duas filhas . Um das filhas enviou a carta para o programa pedindo a reforma da casa, que na verdade era somente um cômodo dividido em sala, quarto, cozinha, um pequeno banheiro.


O que surpreendeu, até mesmo o apresentador, era a limpeza desse espaço, a organização. O que chamavam de armário eram caixotes arrumados um em cima do outro e cada fileira era o armário de cada uma delas, impecavelmente arrumado , organizado, limpo. Na porta do que chamavam de despensa, a filha mais velha fixou , num papel, metas a alcançar, comportamentos a mudar, dentre eles ser mais tolerante com a irmã menor, manter o espaço limpo, fazer as tarefas de casa e quando perguntada o porquê de traçar tais metas , disse que “sentiu que precisava mudar, pois eram as três a família , então era preciso viver em harmonia”.Grande sacada, tudo com harmonia flui melhor, a saúde vai bem, os problemas são mais facilmente resolvidos.


A matriarca , em determinado momento, se emocionou ao dizer que o Brasil é um país abençoado e farto, pois conseguiam pegar na feira as sobras e com isso fazer sua alimentação. Uma “casa” humilíssima, renda familiar de R$ 300,00 por mês, ou seja, abaixo da linha de pobreza, usando as roupas que eram doadas, nunca compraram uma roupa em lojas e ainda dividiam o que ganhavam com os que tivessem “menos” que elas.


Todo esse panorama não fez com que tivessem revolta , tristeza, desilusão muito ao contrário, as filhas estudam, uma faz aula de violino e a outra de violoncelo, são educadas e felizes, a “casa” impecavelmente arrumada e asseada e são essencialmente felizes.


A mãe disse que se “programou” para alcançar seus objetivos e as meninas acompanharam e na “ Mandala”(palavra sânscrita que significa círculo, uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo) que fizeram e onde fazem pedidos ao Universo, todos os itens ali descritos foram alcançados , mas fazem os pedidos e trabalham, buscam , se empenham para alcançar esses objetivos.


Lição de vida, de determinação , de trabalho, ausência de “reclamismo crônico”, de pensamento virando ação, de dar subsídios ao Universo para que ele conspire a nosso favor.


O mundo te trata como você se trata! Pense nisso! Escolha abençoar sua vida ! As invés de reclamar do que não tem abençoe o que tem! Fica a dica!