Um pássaro triste vive.
Nasceu em cativeiro.
Fora alimentado, acarinhado e aprendeu a voar, sempre dentro dos limites de sua gaiola, mas sabia voar !
Olhava triste a passarinhada a brincar, acasalar na adolescência, sem poder participar, mas sabia voar !
Como compensação carinho, carinho, carinho e carinho.
Foi ficando para trás no desenvolvimento, sabia voar, mas não pulava de galho em galho, não se pendurava no fio da luz, choque nem pensar ! Mas sabia voar !
Tinha a ânsia de chegar, mas não a coragem de tentar ! Mas sabia voar !
De tanto observar a passarinhada feliz a brincar, voar, cantar , tinha vontade mas não a coragem de tentar !
Tinha medo de tudo que diziam que o mundo fora da gaiola era e nela era quentinho e seguro !
Seu canto era desafinado, as penas desarrumadas, o olhar longínquo, mas todo mundo achava o pássaro feliz, diferente, mas .. feliz!
Um dia o pássaro saiu da gaiola, voou, acasalou, formou um ninho, que um menino impiedoso atingiu com uma atiradeira, caiu o passarinho !
Com a asinha quebrada, o coração partido, com o vôo prejudicado, voltou para a gaiola.
Agora ele não sabe voar, na verdade nunca soube realmente voar fora daqueles limites, ele não aprendeu.
Pobre pássaro, o canto não chama a atenção, a penugem não é linda e ele, diferente dos da espécie, não sabe fazer estrepulias no ar.
Nada construiu, nenhum fruto deu, embora a gaiola seja maior o horizonte é cada vez menor.
E todos olham e dizem: _ Que lindo passarinho ! Que boa vida ele tem, que mais pode querer ? Tem de tudo um pouco ! Como queria ser ele !
Ninguém nunca olhou no fundo de seus olhos e percebeu a grande tristeza que nele repousa.
Nunca ninguém pensou o porquê de mesmo estando aberta a portinha da gaiola não foi sedutora a idéia de fugir, de tentar voar mais alto, construir um ninho no galho mais alto, pular e cair de um fio, tomar banho no chafariz, bicar a água da poça, bicar o pão da praça, pousar sobre uma janela desconhecida, juntar-se a passarinhada e tornar-se um deles ?
Talvez ele não saiba mais voar, não seja capaz, tenha medo de ousar e com isso sofra ao perceber que não corresponde aos anseios dos outros e não tenha os seus !!
Nossa...Escrevi em 1996..Nem preciso dizer o estado espírito do "passarinho"..
Nasceu em cativeiro.
Fora alimentado, acarinhado e aprendeu a voar, sempre dentro dos limites de sua gaiola, mas sabia voar !
Olhava triste a passarinhada a brincar, acasalar na adolescência, sem poder participar, mas sabia voar !
Como compensação carinho, carinho, carinho e carinho.
Foi ficando para trás no desenvolvimento, sabia voar, mas não pulava de galho em galho, não se pendurava no fio da luz, choque nem pensar ! Mas sabia voar !
Tinha a ânsia de chegar, mas não a coragem de tentar ! Mas sabia voar !
De tanto observar a passarinhada feliz a brincar, voar, cantar , tinha vontade mas não a coragem de tentar !
Tinha medo de tudo que diziam que o mundo fora da gaiola era e nela era quentinho e seguro !
Seu canto era desafinado, as penas desarrumadas, o olhar longínquo, mas todo mundo achava o pássaro feliz, diferente, mas .. feliz!
Um dia o pássaro saiu da gaiola, voou, acasalou, formou um ninho, que um menino impiedoso atingiu com uma atiradeira, caiu o passarinho !
Com a asinha quebrada, o coração partido, com o vôo prejudicado, voltou para a gaiola.
Agora ele não sabe voar, na verdade nunca soube realmente voar fora daqueles limites, ele não aprendeu.
Pobre pássaro, o canto não chama a atenção, a penugem não é linda e ele, diferente dos da espécie, não sabe fazer estrepulias no ar.
Nada construiu, nenhum fruto deu, embora a gaiola seja maior o horizonte é cada vez menor.
E todos olham e dizem: _ Que lindo passarinho ! Que boa vida ele tem, que mais pode querer ? Tem de tudo um pouco ! Como queria ser ele !
Ninguém nunca olhou no fundo de seus olhos e percebeu a grande tristeza que nele repousa.
Nunca ninguém pensou o porquê de mesmo estando aberta a portinha da gaiola não foi sedutora a idéia de fugir, de tentar voar mais alto, construir um ninho no galho mais alto, pular e cair de um fio, tomar banho no chafariz, bicar a água da poça, bicar o pão da praça, pousar sobre uma janela desconhecida, juntar-se a passarinhada e tornar-se um deles ?
Talvez ele não saiba mais voar, não seja capaz, tenha medo de ousar e com isso sofra ao perceber que não corresponde aos anseios dos outros e não tenha os seus !!
Nossa...Escrevi em 1996..Nem preciso dizer o estado espírito do "passarinho"..
Nenhum comentário:
Postar um comentário